"Não pode haver tributação sem representação" Magna Carta Inglesa de 1.215 - blog do [CUNHA]- "Regras não são necessariamente sagradas, princípios sim." - Frankiln D. Roosevelt - blog do [CUNHA]- "A verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas no fim; lá está ela."(Winston Churchill) - blog do [CUNHA]- “Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas” Is1.17 - blog do [CUNHA]- "Na árvore do saber, os conceitos equivalem aos frutos maduros." Miguel Reale - blog do [CUNHA]- "As ideias podem brigar, as pessoas não." - blog do [CUNHA]- "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma". Ec. 9.10 - blog do [CUNHA]- "Quando se quer mudar os costumes e as maneiras, não se deve mudá-las pelas leis" Montesquieu - blog do [CUNHA]- "Um mentiroso dizer a verdade é pior do que um amante da verdade mentir" Bonhoeffer - blog do [CUNHA]- “Somente quem sabe o porque da vida é capaz de suportar-lhe o como.” Nietzsche - blog do [CUNHA]- "Trabalhar é cooperar com Deus para colocar ordem no caos." Bispo Desmond Tutu - blog do [CUNHA]- “Quem aufere os cômodos, arca também com os incômodos.” - blog do [CUNHA]- "Para quem não sabe aonde vai, qualquer rua serve." - blog do [CUNHA]- "Muita coisa que se diz vanguarda é pura incompetência." Barbara Heliodoro - blog do [CUNHA]- "Ubi societas, ibi jus" - Onde há sociedade, aí há Direito! - blog do [CUNHA]- "Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque serão Fartos". (Mateus 5:6) - blog do [CUNHA]- "Se a Constituinte não há de ser lei eterna, também não haverá de ser um boneco de cera que se amolde ao sabor dos interesses do momento" - blog do [CUNHA]- “Em toda sociedade em que há fortes e fracos, é a liberdade que escraviza e é a lei que liberta". (Lacordaire)- blog do [CUNHA]- Art. 187. "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes". CCB/2002 - blog do [CUNHA]- "Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição, espontaneidade. Para compreendê-lo é preciso, pois, saber e amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. Mas só quem o ama é capaz de dominá-lo rendendo-se a ele" Tércio Sampaio Ferraz Jr - blog do [CUNHA]- "Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos." Ex 23.8 - blog do [CUNHA]- “Não se pode querer, efetivamente, o que a Lei proíbe." - blog do [CUNHA]- "A continuidade do uso da palavra pode esconder a descontinudade das práticas." - blog do [CUNHA]- “Se as coisas são inatingíveis...ora!/Não é motivo para não querê-las.../Que tristes os caminhos, se não fora / A presença distante das estrelas!” Mário Quintana - blog do[CUNHA]- "Compra a verdade e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução e o entendimento". Pv 23.23- blog do [CUNHA]-

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Os Mandamentos do Advogado

Os Mandamentos do Advogado (Eduardo J. Couture)


1º. Estuda. O direito se transforma constantemente. Se não segues seus passos, serás a cada dia um pouco menos advogado.

2º. Pensa. O direito se aprende estudando, mas se exerce pensando.

3º. Trabalha. A advocacia é uma árdua luta posta ao serviço da justiça.

4º. Luta. Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, luta pela justiça.

5º. Sê leal. Leal com teu cliente, a quem não deves abandonar enquanto não o julgues indigno de ti. Leal com o adversário, ainda que ele seja desleal contigo. Leal com o juiz, que ignora os fatos e deve confiar no que dizes, e que, quanto ao direito, vez por outra, deve confiar no que tu lhe invocas.

6º. Tolera. Tolera a verdade alheia na mesma medida em que queres que seja tolerada a tua.

7º. Tem paciência. O tempo se vinga das coisas que se fazem sem a sua colaboração.

8º. Tem fé. Tem fé no direito, como o melhor instrumento para a convivência humana; na justiça, como destino normal do direito; na paz, como substituto bondoso da justiça; e, sobretudo, tem fé na liberdade, sem a qual não há direito, nem justiça, nem paz.

9º. Esquece. A advocacia é uma luta de paixões. Se, em cada batalha, fores carregando tua alma de rancor, chegará um dia em que a vida será impossível para ti. Terminado o combate, esquece tanto tua vitória como tua derrota.

10º. Ama tua profissão. Trata de considerar a advocacia de tal maneira que no dia em que teu filho te peça conselho sobre o seu destino, consideres uma honra para ti propor-lhe que se torne advogado.


(COUTURE, Eduardo J. Los mandamientos del abogado. Montevideo: Fundación de Cultura Universitaria, 2009, p. 9-10)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Um Soneto Trágico - Paulo Henriques Britto



I
Começar pelas bordas, sim, claro,
ainda que a meta seja o centro.
Seguir um método, estratégias, sempre.
Não confundir hipóteses com fatos,


e acima de tudo seguir em frente
sem olhar para trás. (Em caso de dúvida
consulte o manual. Não seja estúpido.)


Uma Doença - Paulo Henriques Britto


I.

Há doenças que são mais que doenças,
que não apenas são à vida infensas
como oferecem algumas recompensas


que tornam mais urgente e mais difícil
o já por vezes inviável ofício
de habitar o íngreme edifício


do não-se-estar-conforme-se-devia,
e administrar a frágil fantasia
de que se é o que ninguém seria


se não tivesse (insistentemente)
de convencer-se a si (e a toda gente)
que não se está (mesmo estando) doente.


II.

O mundo está fora de esquadro.   
Na tênue moldura da mente         
as coisas não cabem direito.  
       
A consciên-cia oscila um pouco,           
como uma cristaleira em falso.    
Em torno de tudo há uma aura   
         
que é claramente postiça.                      
O mundo precisa de um calço,              
fina fatia de cortiça.

BALANÇOS - Paulo Henriques Britto



I

É a estação dos balanços,
renúncias e decisões.
Tudo parece o que é.

A face opaca do mundo
nos encara, fria e cega.
É necessário enfrentá-la

como se escala uma pedra.
É preciso penetrá-la
como se houvesse um lá-dentro.

Frutas hesitam nos galhos
entre despencar de podres
e sacrificar-se aos pássaros.

As feras em suas tocas
mordem as próprias feridas
gestando o próximo bote.

Os utensílios mais díspares –
colher, caneta, revólver –
se oferecerem prestimosos

à mão que ousar primeiro.
O mundo retesa os músculos
e prende a respiração.

É a estação dos remates,
dos fechos prenunciados
e palavras sem retorno.

Todo tempo agora é pouco.
Nenhuma noite se dorme.
A morte tem que esperar.


II

como saber sem tentar?
Como tentar se é tão fácil
conformar-se de saída
com a ideia do fracasso?

Pois fracassar justifica
o não se ter nem sequer
admitido não querer-se
aquilo que mais se quer.

É um beco sem saída,
mas sempre é melhor que a rua:
mais estreito. Acolhedor.
Vem, entra. A casa é tua.


III

Ah, o haver amanhã -
bela solução
pra todo problema insolúvel -

melhor amigo do homem,
espécie de cão
abstrato, fiel, confiável,

sempre pronto a devorar
sem hesitação
o naco, por mais intragável.


IV

Antídoto contra a vida
e sua graça nefasta:
fugir de todo o desejo,
buscar a alegria casta

das abstrações que ostentam
porte másculo e maiúsculo,
que explicam todo o universo
e cabem num magro opúsculo.


V

Não é com esta boca -
não que outras bocas conseguissem mais,
não que esta não seja capaz
de dizer o que afinal é tão pouco
para uma boca
qualquer, que seja meramente humana.

Não com estas mãos -
não que estas mãos não saibam tanto
quanto outro par qualquer o mal que cabe
no espaço escasso entre o indicador
e o polegar,

não que esta dor -
particular, inconfundível, única -
esteja além do que esta boca
pode negar,
além do alcance destas mãos
tão hábeis, úteis ou daninhas quanto
outras quaisquer que tenham o simples mérito
de não ser minhas.


VI

É isto que me cabe.
Dentro disto é necessário caber
até que tudo acabe.

Mas há nisso uma espécie de prazer,
uma volúpia esguia,
impalpável, difícil de dizer,

feito uma melodia
que se escutou e depois se esqueceu,
porém retorna um dia,

inconfundível: sim, este sou eu,
e eis aqui o palácio
que construí, e agora é todo meu:
um só andar, um passo
de frente e um de fundo. É um bom espaço.


VII

Um pensamento revirado na cabeça
como uma folha carregada pelo vento.

A folha está me branco, embora um pouco suja,
porém as marcas que a escurecem dizem nada,

e o próprio vento que levanta e arrasta a folha
também diz nada, nada (embora uive tanto).

Mesmo que a folha continue a debater-se
no mesmo vento por cem anos, sem cessar,

as marcas negras contra o fundo outrora branco
continuaão dizendo nada, nada, nada.

A folha traça aleatórios torvelinhos
com a mesma persistência estúpida e implacável

com que dança a ideia na cabeça cansada
dizendo sempre nada, nada, nada, nada.

Matinal - Paulo Henriques Britto


Nesta manhã de sábado e de sol 
em que o real das coisas se revela 
na forma nada transcendente 
de uma paisagem na janela 


num momento captado em pleno vôo 
pela discreta plenitude 
de não ser mais que um par de olhos 
parado no meio do mundo 


tantas coisas se fazem conceber 
fora do tempo e do espaço 
até que o instante se dissolva 
enfim em mil e um pedaços 


feito esses furos de pregos 
numa parede vazia 
a insinuar uma constelação 
isenta de qualquer mitologia.

Minha Terra! - Gonçalves Dias


Quanto é grato em terra estranha
Sob um céu menos querido,
Entre feições estrangeiras,
Ver um rosto conhecido;

Ouvir a pátria linguagem
Do berço balbuciada,
Recordar sabidos casos
Saudosos - da terra amada!

E em tristes serões d'inverno,
Tendo a face contra o lar,
Lembrar o sol que já vimos,
E o nosso ameno luar!

Certo é grato; mais sentido
Se nos bate o coração,
Que para a pátria nos voa,
P'ra onde os nossos estão!

Depois de girar no mundo
Como barco em crespo mar,
Amiga praia nos chama
Lá no horizonte a brilhar.

E vendo os vales e os montes
E a pátria que Deus nos deu,
Possamos dizer contentes:
Tudo isto que vejo é meu!

Meu este sol que me aclara,
Minha esta brisa, estes céus:
Estas praias, bosques, fontes,
Eu os conheço - são meus!

Mais os amo quando volte,
Pois do que por fora vi,
A mais querer minha terra,
E minha gente aprendi.

(Paris, 1864)