1. Os Acordos de Camp David, de 1978, que estabeleceram a paz entre Israel e Egito, têm importância capital para o equilíbrio geoestratégico de ambos os países e de todo o Oriente Médio, com seus desdobramentos nos EUA e nos países da Europa Ocidental. É sempre bom recordar que 8% do transporte mundial de petróleo passa pelo Canal de Suez. Sua paralisação trará enormes problemas para todo o mundo em geral, com a elevação dos respectivos preços, e para a Europa em particular, com a privação da rota mais curta para seu transporte desde a Arábia Saudita e os países do Golfo.
2. Os Acordos de Camp David, de 1978, concorreram não apenas para resolver de maneira definitiva as seguras fronteiras de Israel com o Egito, mas ainda dividiram os quatro países árabes vizinhos, neutralizando-os, na prática. O acordo com a Jordânia, em 1994, garantiu para Israel a fronteira mais longa e mais vulnerável ao longo do rio Jordão. Líbano só constituiu uma ameaça pontual e localizada, desferida por minorias ao sul de seu território, que podem ser controladas sem dificuldades maiores por Israel.
3. Mesmo a Síria, com suas reiteradas manifestações de hostilidade, jamais representou uma ameaça séria: os blindados israelenses, nos Altos de Golan, podem chegar a Damasco num par de horas, sem maiores resistências. Os Palestinos, por fim, significam um fator de perturbação, mas jamais terão a capacidade de destruir Israel, até porque sempre estiveram divididos.
4. A conclusão final é de que, no presente cenário conturbado do Egito, os EUA podem aceitar tudo, menos a derrogação dos Acordos de Camp David e a criação de um clima de guerra entre o Egito e Israel, seus principais aliados no Oriente Médio.
Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia
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