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sábado, 17 de dezembro de 2011

BALANÇOS - Paulo Henriques Britto



I

É a estação dos balanços,
renúncias e decisões.
Tudo parece o que é.

A face opaca do mundo
nos encara, fria e cega.
É necessário enfrentá-la

como se escala uma pedra.
É preciso penetrá-la
como se houvesse um lá-dentro.

Frutas hesitam nos galhos
entre despencar de podres
e sacrificar-se aos pássaros.

As feras em suas tocas
mordem as próprias feridas
gestando o próximo bote.

Os utensílios mais díspares –
colher, caneta, revólver –
se oferecerem prestimosos

à mão que ousar primeiro.
O mundo retesa os músculos
e prende a respiração.

É a estação dos remates,
dos fechos prenunciados
e palavras sem retorno.

Todo tempo agora é pouco.
Nenhuma noite se dorme.
A morte tem que esperar.


II

como saber sem tentar?
Como tentar se é tão fácil
conformar-se de saída
com a ideia do fracasso?

Pois fracassar justifica
o não se ter nem sequer
admitido não querer-se
aquilo que mais se quer.

É um beco sem saída,
mas sempre é melhor que a rua:
mais estreito. Acolhedor.
Vem, entra. A casa é tua.


III

Ah, o haver amanhã -
bela solução
pra todo problema insolúvel -

melhor amigo do homem,
espécie de cão
abstrato, fiel, confiável,

sempre pronto a devorar
sem hesitação
o naco, por mais intragável.


IV

Antídoto contra a vida
e sua graça nefasta:
fugir de todo o desejo,
buscar a alegria casta

das abstrações que ostentam
porte másculo e maiúsculo,
que explicam todo o universo
e cabem num magro opúsculo.


V

Não é com esta boca -
não que outras bocas conseguissem mais,
não que esta não seja capaz
de dizer o que afinal é tão pouco
para uma boca
qualquer, que seja meramente humana.

Não com estas mãos -
não que estas mãos não saibam tanto
quanto outro par qualquer o mal que cabe
no espaço escasso entre o indicador
e o polegar,

não que esta dor -
particular, inconfundível, única -
esteja além do que esta boca
pode negar,
além do alcance destas mãos
tão hábeis, úteis ou daninhas quanto
outras quaisquer que tenham o simples mérito
de não ser minhas.


VI

É isto que me cabe.
Dentro disto é necessário caber
até que tudo acabe.

Mas há nisso uma espécie de prazer,
uma volúpia esguia,
impalpável, difícil de dizer,

feito uma melodia
que se escutou e depois se esqueceu,
porém retorna um dia,

inconfundível: sim, este sou eu,
e eis aqui o palácio
que construí, e agora é todo meu:
um só andar, um passo
de frente e um de fundo. É um bom espaço.


VII

Um pensamento revirado na cabeça
como uma folha carregada pelo vento.

A folha está me branco, embora um pouco suja,
porém as marcas que a escurecem dizem nada,

e o próprio vento que levanta e arrasta a folha
também diz nada, nada (embora uive tanto).

Mesmo que a folha continue a debater-se
no mesmo vento por cem anos, sem cessar,

as marcas negras contra o fundo outrora branco
continuaão dizendo nada, nada, nada.

A folha traça aleatórios torvelinhos
com a mesma persistência estúpida e implacável

com que dança a ideia na cabeça cansada
dizendo sempre nada, nada, nada, nada.

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